Redo from start

by Zeh on November 9, 2009

Agora vou assumir o Philip Steffen que existe dentro de mim e falar: essa merda tá toda errada.

Hoje, no almoço, estava conversando com dois amigos daqui da Firstborn sobre cidades e meu discurso acabou, como sempre, caindo na explicação de como Nova York funciona melhor do que São Paulo, especialmente no quesito do espaço para as bicicletas – coisa que às vezes acabo esquecendo simplesmente porque já me acostumei com os costumes locais.

Andar de bicicleta em Nova York é muito melhor por três motivos: primeiro, porque tudo é mais plano; segundo, porque o trânsito dá mais respeito ao pedestre e ao ciclista (tráfego mais organizado, com mais espaço entre os veículos, e não tão baseado em vias expressas como em São Paulo); e terceiro, porque todo lugar tem ciclovias de verdade, que te levam de um ponto ao outro – ou melhor, ciclofaixas, já que o pessoal já entendeu que bicicleta é meio de transporte, e não só de lazer. Quer ver como a coisa é levada a sério por aqui?

E tudo isso que eles mostram no vídeo não é num canto ou outro não, é na cidade inteira.

Não vou discorrer muito sobre o assunto porque já nem faz mais sentido. Mas comprei uma bicicleta logo nas primeiras semanas que cheguei aqui e vou falar: é outra coisa.

São Paulo é refém dos automóveis, e aparentemente vai continuar sendo assim pra sempre, muito embora seja um meio de transporte mais saudável e eficiente mesmo na irregular topografia paulista. Quando você espera ver um secretário, vereador, engenheiro, ou seja o que for da prefeitura andando de bicicleta nas ruas?

Como bom engenheiro de software, eu diria que tem de botar tudo abaixo e começar do zero – não tem refactoring que salve mais. Difícil acontecer, no entanto.

Mas tudo bem. Quando o apocalipse chegar, só as bicicletas sobreviverão.