Soccer time
by Zeh on July 1, 2009
Domingo passado fui assistir à final da Copa das Confederações no Murphy & Gonzalez, um bar de Nova York que tenta ser uma mistura do pub Irlandês típico com um restaurante de comida latina. Sincrético.
Eles tinham anunciado que estariam com o jogo ao vivo e um amigo gringo me convidou pra gente ir lá assistir já que não tínhamos nada melhor pra fazer. Aceitei na hora.
Ao contrário de muitos bares que passam jogos ao vivo como no Brasil, lá eles não tinham um grande telão, mas sim várias TVs passando o mesmo jogo. Pelo que vi, é algo comum por aqui – várias vezes me deparei com bares com diversas TVs de tela plana passando baseball (por alguma razão, o único esporte que vi).
A audiência estava razoavelmente atenta aos eventos que estavam pra se desenrolar, mas bem controlada. Não tinha visto nenhum brasileiro no bar a princípio, apesar de ter percebido que parte do pessoal que atendia os clientes falava português.
A coisa mudou um pouco quando os Estados Unidos começaram a dominar o time Brasileiro, fazendo 2×0 no jogo. O pessoal começou a torcer bastante e acreditar que dava pra ganhar, reagindo a cada novo lance perigoso.
Eu na verdade estava bem neutro na partida. Seria legal que o Brasil ganhasse pra reafirmar a qualidade da ginga Brasileira, mas perder seria interessante porque iria acordar o time e fazê-los entender que não é com futebolzinho xoxo que se ganha uma pra copa do mundo – um sacrifício em prol de um bem maior. Mas em certo momento, vendo a garra dos jogadores Norte-Americanos e a apatia da seleção de camiseta amarela, até comecei a esperar que os Estados Unidos vencessem (ou, pelo menos, considerar que a vitória seria justíssima).
Mudei de opinião quando o gol legítimo do Brasil foi anulado, aí a chama da justiça falou mais alto e comecei a torcer pro Brasil de novo.
Acho que até mesmo os torcedores gringos perceberam a névoa negativa que estava rondando seu time, em especial após os seguidos replays do gol anulado. No bar, a torcida local ficou sem reação, e os primeiros brasileiros se fizeram ouvir com uivos de “caralho” e “porra”. E na comemoração dos gols que se seguiram.
Foi uma experiência bacana ver como os locais reagiram ao evento, mas tudo acabou como começou: sem muito drama. Quando estava saindo do bar, logo após o jogo ter terminado, não dava pra dizer que nada de diferente tinha acabado de acontecer ali. Famílias e amigos comiam felizes, alheios aos suspiros de alívio do Dunga.